Jornal Metro está chegando a Porto Alegre

Depois de três anos e meio em Zero Hora, estou atuando no Jornal Metro Porto Alegre, que começa a circular no próximo dia 26. Serei repórter e subeditor.

Presente em 130 cidades de 22 países, é um jornal de distribuição gratuita focado em notícias de cidade, cultura e esportes, sem deixar de falar de Brasil, mundo, economia e política. É considerado o maior jornal do mundo em circulação.

No mundo, são mais de 7 milhões de jornais por dia e 17 milhões de leitores. No Brasil, são 400 mil exemplares em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte. Com Porto Alegre, serão 440 mil.

No Brasil, a Metro International se associou ao Grupo Bandeirantes de Comunicação para a operação do jornal.

Estou muito motivado e ansioso para ver o novo jornal na rua. Desde 2001, a capital gaúcha não via surgir um novo jornal diário.

Veja vídeos sobre o jornal:

Brasil

Portugal

Estados Unidos

Canadá

Suécia

E o último, que não identifiquei o país:

POST Nº 47

A foto do ano

Registro do fotógrafo Wilton Júnior, do jornal O Estado de S. Paulo deve ser a foto do ano.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POST Nº 45

Louco Carpinejar

O telefone da Redação da ZH toca. Do outro lado, uma voz masculina diz:
– É o Maicon galã?

Sem entender o que passa, respondo:
– Não, é o Maicon Bock.

– Te vi na TV, e tu é galã. Ficou bem. Já te vi de sunga – continua a voz.

– Quem está falando? – pergunto, assustado.

– É o Fabrício Carpinejar hahaha.

– Ufa! Achei que era um louco… E confirmei que é. Hahaha.

Essas e outras só acontecem com os vivos.

PS. Em 2010, Fabrício Carpinejar foi uma das Estrelas do Mar de ZH, cronista que escrevia durante um tempo no jornal na cobertura de praia. Em um fim de tarde mais calmo naquela correria toda, tomamos um banho na piscina do hotel, ao lado da fotógrafa Adriana Franciosi. Carpinejar, louco, criativo, ideias novas, fora do senso comum, divertido.

POST Nº 44

El Bigodón

Gravei o vídeo das chamadas de Zero Hora de ontem à noite com a barba por fazer, o que é incomum. Na Redação, ganhei o apelido de El Bigodón. Envergonhado da performance na TV, logo após a morte de Norma (Glória Pires) na novela das nove, fiz a barba. Espero que o apelido caia no esquecimento (risos).

Veja o vídeo:

Post Nº 43

A bergamota

A bergamota é o maior símbolo de intimidade de um casal.

Não há quem coma essa fruta junto de seu par nos primeiros tempos de relacionamento. Conhecida também como tangerina, mexerica e até como mimosa (!), essa fruta exala um cheiro impregnante ao ter a casca rompida. Quem come no intervalo do almoço, e volta a trabalhar logo depois, não consegue esconder a interação com a fruta. Logo surge uma tentativa de adivinhação por parte de um colega: “Comeu bergamota, hein?”

Bem, voltando ao tema central: Nos primeiros tempos de namoro, não se come bergamota junto com o namorado, namorada. Os únicos cheiros que queremos exalar são de um bom perfume, de um banho recém-tomado, do hábito de uma boca bem escovada.

Com o tempo, a intimidade vai chegando. Até o dia em que o casal está apto a comer bergomota junto. Não há como precisar o tempo exato para isso ocorrer. Pode levar semanas, meses, anos. Depende de cada metade da laranja, ou da bergamota, nesse caso. Em alguns casos, pode nem chegar a hora de compartilhar uma bergamota. A relação pode terminar antes do primeiro gomo ser levado à boca.

Quem come bergamota junto, no sofá da sala, num domingo de tarde, sabe que pode comemorar. Chegar a esse momento é um marco. Um rito de passagem. Já dá até para vislumbrar casamento.

Post Nº 42

O carisma de Zilda se foi

A dimensão da tragédia que se abateu sobre o Haiti na tarde de terça-feira impressiona e entristece. Por que um terremoto de de 7,3 graus na escala Richter num país já tão pobre e carente.

As imagens captadas por fotógrafos e cinegrafistas são impressionantes. Braços e pernas cobertos por escombros de prédios são impactantes. Brasileiros vítimas do tremor aproximam a tragédia de nós, aqui no sul do continente.

Fiquei sabendo do terremoto ainda na noite de terça-feira, mas, assim como todos, percebi a dimensão no dia seguinte. No meio da manhã, a notícia da morte da médica sanitarista Zilda Arns, 75 anos, da Pastoral da Criança. Estava no país caribenho para ajudar a mudar a situação de crianças que perecem por falta de cuidados básicas e comida.

Estive na presença dela duas vezes, a última em 26 de junho de 2007, num evento da PUC de Porto Alegre. A mais marcante, porém, foi a primeira. Em 4 de agosto de 2006, conversei com ela e com o arcebispo metropolitano de Porto Alegre, dom Dadeus Gring, em Porto Alegre, em um evento da Igreja Católica.

Com um sorriso frequente no rosto, ela falava sobre as metas de Pastoral da Criança para o país. Os olhos brilhavam com os números alcançados desde a fundação, em 1983, mas ela sabia que era preciso mais. Por isso, não me surpreendeu que ela morresse no Haiti. Estava onde as crianças precisavam.

Da reportagem que escrevi na época, para o Correio do Povo:

“No país, são acompanhadas 1,8 milhão de crianças menores de 5 anos em 4.023 municípios. De 1991 a 2005, a mortalidade das crianças atendidas pela entidade caiu no país de 51 por mil, para 15 por mil nascimentos. ”

Link relacionado:
Como os jornais do mundo abordaram a tragédia do Haiti em suas capas

Post Nº 40

Promessas para o Ano-Novo

Para saber o desejo dos veranistas para 2010, o repórter Maicon Bock circulou pelas areias de Capão da Canoa. Confira o que as pessoas esperam do ano que está chegando. Vídeo zerohora.com:

Post Nº 39

A missão de falar com Guiñazu

Desde ontem, minha missão era falar com o volante colorado Guiñazu, que passa férias na praia de Atlântida, com a família.

Ontem à tarde, ele não parou para falar com Zero Hora ao voltar de Porto Alegre. Na manhã de hoje, nova campana à espera da saída do jogador. Por sorte ou perseverança, ele saiu cerca de 30 minutos após nossa chegada ao condomínio.

Com um carro diferente do que dirigia ontem, Guiña saiu escoltado por um segurança em uma moto. Seguido por ZH, o motociclista tentou evitar a aproximação do carro de ZH com o sinal de “não” feito com o dedo indicador.

Em baixa velocidade, Guiñazu parou em uma sinaleira e baixou o vidro do carro:

– Não quero falar, estou de férias. Pô, pareço um fugitivo – reclamou, antes de fechar o vidro e seguir viagem.

Depois do desabafo do jogador, ZH o deixou seguir. O argentino não quis falar sobre o vazamento do documento que assinou autorizando o empresário Fabiano Ventura a receber eventuais propostas de outros clubes e sobre uma possível proposta do São Paulo.

Na quarta-feira, Guiñazu esteve no Estádio Beira-Rio, onde se reuniu com Fernando Carvalho, vice de futebol do Inter, Giovanni Luigi, diretor de futebol, e dois empresários, Régis Marques e Fabiano Ventura. Marques trabalha com Guiñazu, e Ventura teve autorização para tratar de propostas de outros clubes. Ao retornar ao litoral, jogou futebol com amigos e tênis, com familiares.

Post N° 38

Navegar É Preciso – Nº 7

Vídeo que está bombando na internet… “Pedro, me dá o meu chip”

E depois acharam o pedro:

E a repercussão no Balanço Geral de Vitória (ES):

E na Márcia, na Band:

E, por fim, virou funk:

‘Navegar é preciso’ é uma seção deste blog. É publicada eventualmente, quando algo estranho ou curioso é observado na rede. Sugestões pelo e-mail maiconbock@hotmail.com

Post Nº 36

Ainda resta esperança

Nada me entusiasma mais na profissão de jornalista que conhecer as mais diversas pessoas. Algumas vezes realidades tão parecidas; outras, tão diversas da minha. E outra: estar em lugares onde nunca teria acesso como cidadão comum.

Na tarde de ontem, em pleno Dia do Professor, conheci duas mulheres anônimas dignas de reconhecimento da sociedade. A primeira, a professora Eloisa Menezes Pereira, 57 anos, 35 deles dedicados ao magistério. Para dar um basta na indisciplina, ela estimulou os alunos a escrever, o que se transformou em um e-book.

O livro Brincando com os Sentidos reúne textos e desenhos de alunos da 5ª série da Escola Estadual Almiran­te Álvaro Alberto da Motta e Silva, localizada na Vila Barracão, na Grande Cruzeiro, em porto Alegre. São histórias do cotidiano de um colégio de periferia com base em constatações simples feitas sobre os cinco sentidos.

A segunda pessoa que conheci foi a socióloga Cláudia Reina, 44 anos. Depois de saber pela filha do desabafo de um professor desestimulado com a falta de educação em sala de aula, ela decidiu agir. Com autorização da direção e em parceria com professores, ela entrou na sala de aula para conversar com o grupo sobre as diferenças sociais:

– Na conversa com eles, dizia que cada ser humano é único, com suas características diferentes. A não compreensão disso provoca atitudes discriminatórias.

Das conversas, também está saindo um livro. A Arte como Resgate: Ação e Pluralidade Cultural na Sala de Aula sairá em novembro. Também com relatos dos alunos.

Elas poderiam ficar de braços cruzados, mas decidiram fazer algo pelos outros. Decidiram se envolver, mudar algo. Em um e-mail encaminhado a Zero Hora, Cláudia diz: “Me sinto um passarinho tentando apagar um incêndio, mas feliz por estar fazendo algo”.

É a síntese das ações dessas mulheres. Uma prova de que ainda resta esperança.

FOTO: Genaro Joner/Zero Hora

Link relacionado:
Baixe o e-book “Brincando com os sentidos”

Post Nº 35

Um governo acuado


O dia de ontem era de conquista do governo gaúcho: de uma só vez, a Brigada Militar incorporou 3.832 soldados – a maior inclusão única da história, que elevou o efetivo a 27.494 PMs, o maior em 15 anos.

Entretanto, o bloqueio a mim (Zero Hora) foi grande. Desde o início da manhã, dados sobre o efetivo, número previsto de PMs, incorporação nos últimos anos e distribuição regional do atual efetivo não foram repassados. Durante a cerimônia, a imprensa foi isolada. Pudera, a governadora Yeda Crusius envolvida em mais uma crise…

À tarde, a cada contato com diferentes lideranças da BM, a mesma resposta: “Essa informação tem que ser com o comandante”. O comandante-geral da BM, coronel João Carlos Trindade Lopes, por sua vez, não atendia o celular. Seu assessor tomava decisões e dá-lhe bloqueio na ZH. Até pessoas que normalmente falavam tranquilamente com jornalistas se calaram.

O jeito foi recorrer a fontes alternativas para conseguir as informações. O resultado está no jornal desta sexta-feira, depois de horas de perda de tempo ontem. Se a BM colaborasse, o dia teria sido mais fácil.

O que é difícil de entender é por que tanto bloqueio em um dia tão positivo, com um reforço no policiamento aguardado há tantos anos pelos gaúchos.

Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini

Post Nº 34

Buenos Aires 100 Km

Buenos Aires 100 km é um daqueles filmes que nos dão saudade da infância. Quando minha mãe falava que o bom mesmo era ser criança, eu, com a arrogância de um piá de oito anos, ria dela.

O filme conta a vida de cinco amigos entrando na adolescência em um povoado no meio do nada, mas a 100 km da capital argentina, por isso o nome do filme. A lugar é calmo, mas a vida deles tem um quê de interessante. Bem contada a história, belas imagens da cidadezinha e boas atuações dos guris. Dá até pra aprender uns palavrões em espanhol.

A sinopse do filme:

Cinco amigos prestes a iniciar a adolescência vivem em um povoado no meio do nada. Eles estão juntos todas as tardes, compartilhando suas experiências na escadaria de um salão de beleza feminino. Entre eles está Esteban (Juan Ignacio Perez Roca), que deseja ser escritor e vive imaginando histórias.

A ideia não é bem aceita por seu pai, que deseja que ele projete prédios para a região. Esteban, porém, não desiste de seu sonho e passa a escrever uma novela chamada “Buenos Aires 100 km”.

Premiações
– Ganhou o Prêmio Especial do Júri, de Melhor Roteiro e de Melhor Diretor Estreante, no Festival Latino-Americano de Huelva.

Título original: Buenos Aires 100 km
Gênero: Drama
Tempo de duração: 93 minutos
Ano de lançamento (Argentina): 2004

Post Nº 32

O choro nas páginas do jornal

Ela chorou.

Bastaram cinco minutos na minha frente, falando do filho que não estava mais em seus braços, para que as primeiras lágrimas surgissem. Foram espontâneas, de alguém que não vê perspectivas na vida.

Aos 20 anos, é viciada em crack. Afastou-se da família, perdeu o filho de sete meses por não ter condições de cuidá-lo, vive na rua ao lado do marido, também viciado.

Os R$ 60 que ganham por dia catando papelão e latas de aluminínio são convertidos em pedra de fumar. De 110 kg, ela passou a 43. É um esqueleto que circula pela área central de Porto Alegre.

Ao falar sobre o filho na reportagem que circula na Zero Hora deste domingo, intitulada “Herdeiros da pedra: Os filhos de mães viciadas”, ela chorou. Apesar da vida desregrada que rumo ao fim precoce, ela ama o filho. Mas a dependência é maior, fecha os olhos.

A história dela me tocou. Não foi a primeira vez que um estranho chora na minha frente contando seu drama.

A íntegra da entrevista publicada:

“Eu queria muito ter meu filho de volta”

Na rua desde os 13 anos e no crack desde os 16, ela cata papelão e latas de alumínio para sustentar o vício. Por dia, os R$ 60 que consegue ajudada pelo marido são convertidos em pedras para fumar. Por causa do fumo, adquiriu asma, bronquite e rinite. O peso se reduziu de 110 para 43 quilos. Os dentes apodreceram.

Perdeu a dignidade e o único filho, que deu à luz no início do ano. Em março, o bebê foi tirado de seus braços por estar em situação degradante nas ruas. Agora, a mãe sonha em se tratar para recuperar a guarda da criança Ao procurar a casa de convivência da Associação Cultural e Beneficente Ilê Mulher, na Capital, ela foi localizada por Zero Hora. Confira trechos da conversa:

Zero Hora – Como você começou a usar drogas?

Mãe – Comecei com 16 anos, direto no crack. Depois minha mãe me levou para uma casa de vítimas de violência. Saí de lá, conheci meu marido e voltei para pedra. Aí fiquei grávida.

ZH – Durante a gestação, você usou drogas?

Mãe – Usei os oito meses e quatro dias a droga.

ZH – Depois do parto, ele chegou ficar contigo?

Mãe – Ficamos numa pensão. Mas o Conselho (Tutelar) veio e disse que era impróprio. Me mandaram para um abrigo, mas saí de lá. Foi quando minha mãe pediu a guarda da criança.

ZH – Você deixava seu filho de lado por causa da droga?

Mãe – (hesita) Poucas vezes deixei ele de lado. Geralmente, quando eu ia fumar, deixava ele com meu marido.

ZH – Como seria se não houvesse a droga?

Mãe – Cuidaria mais.

ZH – Você pensa no seu bebê?

Mãe – (chorando) Eu queria muito ter meu filho de volta. Meu filho é tudo.

ZH – Você se arrepende de ter experimentado o crack?

Mãe – Me arrependo, mil vezes. Eu não queria usar o crack.

ZH – Você espera se livrar da droga e voltar a cuidar dele?

Mãe – Meu plano é me internar. Para poder criar meu filho.

Post Nº 31